Texto e fotos: Mariana Chiquetto
Grande parte da
comunidade católica de Presidente Prudente e região estará reunida na tarde do
dia 1º de maio para homenagear Maria – também conhecida como Nossa Senhora –, um
dos maiores ícones da fé. Na data, a Diocese de Prudente realiza o 13º
Caminhando com Maria, evento que vinha sendo realizado anualmente pela Catedral
de São Sebastião, desde 2004.
Mas, afinal, quem
foi Maria? Do ponto de vista teológico, o padre Francisco José Navarro, da
Paróquia Nossa Senhora Aparecida (Vila Marcondes), explica que ela foi a mãe de
Jesus, esposa de José e descendente de Davi. “Maria, ou Nossa Senhora, são a mesma pessoa.
Assim como os diferentes nomes ou títulos que recebe – Nossa Senhora Aparecida,
Nossa Senhora das Graças, entre muitos outros –, referem-se todos a mesma
pessoa, à mãe de Jesus”, esclarece. Segundo o padre, os nomes são atribuídos a
partir de lugares onde Maria apareceu, a milagres atribuídos a ela ou a outras
situações, das quais a Igreja ou a tradição aplicaram a ela. “Sendo uma única
pessoa, é reconhecida por um ou outro título conforme se apresenta ou veste”,
complementa Navarro.
Milagres
Apesar
de não se fazer presente em corpo, muitos devotos garantem que já receberam
milagres das mãos de Maria. O maranhense Cosmo da Silva Barbosa, de 34 anos, é
um dos que garantem ter tido um encontro pessoal com Maria. Residente em
Presidente Prudente desde 2005, foi acolhido por uma família na cidade após
perder tudo no Maranhão. “Entre os anos de 1999 e 2000, perdi meu pai, minha
mãe, minha irmã e minha noiva, todos faleceram. Seguiu-se um período muito
depressivo em minha vida, que durou meses”, conta Barbosa.
Segundo
ele, o milagre aconteceu no dia em que, enfraquecido, iria atentar contra a
própria vida. “Enquanto rezava, disse a Maria que não dava mais. Foi quando
ouvi ela me dizer: ‘vou te visitar às 18h, me espere’. Foi o que fiz. Naquele
dia, às 18h, em ponto, um amigo meu chegou em casa com uma imagem de Nossa
Senhora, dizendo que sentiu que deveria me trazer. A partir deste dia, me
revesti de alegria e vontade de viver. Nunca mais me senti sozinho”, diz
emocionado.
Quem também garante ter presenciado um milagre é a
prudentina Márcia Pereira, que credita a cura de um câncer que acometeu sua
filha, Maria Eduarda, quando a menina tinha 9 anos. “Apareceu um caroço no
pescoço da minha filha e, após muitos exames, foi diagnosticado o Linfoma de
Hodgkin, um tipo de câncer do sistema linfático. Quando descobrimos, a doença
já estava em um estágio avançado e até os médicos se espantaram com o tamanho
do caroço. A única coisa que estava ao nosso alcance era orar, e foi o que fizemos”,
recorda Pereira.
Durante o tratamento, a família recorda inúmeras
situações milagrosas, como o dia em que tiveram que correr para o hospital,
pois a menina não conseguia mais respirar. “O tumor estava afetando a traqueia,
até que um dia trancou a respiração da Maria Eduarda. Corremos para o hospital
com ela desacordada e, por incrível que pareça, não tivemos nenhum contratempo
no trânsito – os semáforos estavam todos abertos e as ruas vazias. Como se não
bastasse, uma médica especialista em UTI infantil estava de saída quando
chegamos”, relata. Hoje, com 10
anos, Maria Eduarda está curada e também acredita em um milagre. “Certa vez,
durante o tratamento, passei um mês no hospital e sonhei com Maria e Jesus duas
vezes. Nos sonhos eles me acalmavam e me diziam que estava tudo bem e que logo
eu sairia de lá”, conta Maria Eduarda.
Saiba Mais
Nossa
Senhora foi proclamada Padroeira do Brasil no ano de 1930, no entanto, sua
história de devoção entre os brasileiros teve início em 1717, quando três
pescadores saíram para trabalhar em uma época escassa de peixe, no Vale do Paraíba.
Ao lançar as redes no rio, a primeira coisa que pescaram foi o corpo de uma
imagem quebrada, na altura do pescoço. Em um segundo lance, pescaram a cabeça
da mesma imagem. Ao juntarem as partes viram que se tratava de Nossa Senhora da
Conceição. Na sequência, os pescadores relataram que houve peixes em abundância
para a pesca. Por ter aparecido, a devoção popular denominou a imagem de
“Aparecida”, que por muitos anos peregrinou e foi venerada entre aquele povo.
Em 1745, foi construída a primeira Igreja em louvor à
Nossa Senhora Aparecida, e 145 anos mais tarde, foi inaugurada a segunda Igreja
– a atual Matriz Basílica (conhecida como Basílica Velha). Na década de 1950, iniciou-se a construção da
Basílica Nova, atual Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, declarado
de âmbito nacional em 1984 e que detém o título de maior santuário do mundo
dedicado à Maria, onde está abrigada a imagem original que apareceu aos
pescadores.
Fonte: Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.
Para o bispo Dom Benedito, Maria é vista pelos católicos como um “modelo de fé de discípulo missionário”
|
Padre Navarro esclarece
que Maria e Nossa Senhora são a mesma pessoa
|
Barbosa, devoto de
Maria, afirma que se curou da depressão graças à Maria
|
Márcia Pereira acredita
que as orações que fez à Maria foram determinantes para a cura de sua filha,
Maria Eduarda
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Agradecemos a sua participação. Em breve, seu comentário será publicado.