FOTO: AI APARECIDA
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Santuário de Aparecida
do Norte teve
início efetivo da construção em 11 de novembro de 1955
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Névelyn Silva e Gabriela Correia
O maior templo de peregrinação mariana do mundo está prestes a completar 300 anos. Em 2017, o Santuário de Aparecida do Norte chega à marca de três séculos de amor e devoção e, unido a esta história de fé, está o Caminhando com Maria, que há 13 anos reúne os fiéis de Nossa Senhora em Presidente Prudente.
A preparação para a comemoração dos três séculos de bênçãos com a intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida já começou. Como uma das ações, dioceses de todo o país recebem a imagem peregrina jubilar. “A Mãe que vai ao encontro de seus filhos, para que, em outubro 2017, os filhos venham até a Mãe, no Santuário Nacional”, explica a gerente de marketing da Campanha dos Devotos, Solange Parron.
Em todas as capitais, segundo a Assessoria de Imprensa de Aparecida do Norte, porções de terra serão recolhidas para compor uma coroa que será produzida para o Jubileu. Além disso, está prevista já para 2016 a inauguração do Campanário do Santuário Nacional.
Em três séculos de história, o Santuário de Aparecida do Norte se tornou o ponto de encontro da fé. De acordo com o padre da Diocese de Mogi das Cruzes, Cleiton Silva, doutorando em teologia moral pela Academia Afonsiana de Roma, o Santuário, além de local de oração, é referência da fé católica. “A Basílica de Aparecida é o símbolo de todo o povo brasileiro, cheio de fé, mas que sempre precisa de libertação do pecado e das injustiças”.
A cada dia, o templo acolhe fiéis de todas as regiões do Brasil, e muitos são os agradecimentos e pedidos à Mãe.
“O que a Basílica sempre me trouxe de importante foi poder ver tantas outras pessoas, com maiores ou menores dificuldades que eu, mas que estavam lá, firmes e alegres. No Santuário, a gente percebe que não está sozinho”, ressalta o padre.
Milagres Marianos: Três histórias sobre fé
Em Presidente Prudente, muitas graças foram alcançadas por intercessão de Nossa Senhora da Conceição Aparecida. Muitas delas, inclusive, tiveram como agradecimento, a visita ao Santuário.
A Virgem Maria sempre acreditou nos impossíveis de sua vida e por isso se tornou exemplo de mulher e de mãe, a qual cuida de seus filhos e intercede por eles diante de tantas dificuldades enfrentadas. A fim de propagar a dimensão espiritual desse amor que a Mãe pode alcançar, três fiéis da Diocese de Presidente Prudente contam como fizeram da fé, a cura para suas enfermidades.
FOTO: NÉVELYN SILVA
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Juntos, casal testemunha e compartilha o amor de Maria
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Ivanilda Martins, conhecida como Iva, nasceu com má formação nos ossos. Os médicos diziam que nem o uso constante de botas ortopédicas resolveria o problema. Um dia, após uma consulta, Lindaura, mãe de Iva, entrou desesperada na igreja mais próxima ao hospital, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, e ajoelhada aos pés da imagem, pediu para que a filha, ainda recém-nascida, fosse curada.
Um mês depois, mãe e filha retornaram ao médico. Na consulta, como de costume, as faixas colocadas nos pés da menina, para que a dor fosse amenizada, foram retiradas. Espantado, o médico refez os exames e então veio a notícia: “Dona Lindaura, se existe milagre, a sua filha recebeu um, porque as pernas dela estão perfeitas. Isso é inexplicável”, contam mãe e filha sobre as palavras do médico naquele dia.
Ivanilda andou antes de completar 1 ano de idade. “Eu era tão pequenininha e minha mãe pediu, fez um pedido de mãe pra mãe. Mãe atende. Eu, então, fui contemplada com essa grande graça.”
Como agradecimento, Dona Lindaura prometeu que levaria a filha para conhecer a Basílica assim que ela completasse 7 anos, e deixaria no local todas as radiografias realizadas até o momento do milagre, além de fotos como prova da devoção que ela havia passado para a filha. “Fui para pagar a promessa que minha mãe tinha feito e nunca mais deixei de ir à Aparecida do Norte.”
FOTO: ARQUIVO PESSOAL/CEDIDA
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Primeira visita de Dona Laurinda e da filha Iva ao Santuário de Aparecida do Norte
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Mãe sempre perto
Já casada, Ivanilda conta que os milagres de Nossa Senhora continuaram em sua vida. Em uma das vezes, no dia 18 de maio de 2014, após ter trabalhado junto a seu esposo, Marcelo Martins, na Semana Mariana da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, um acidente quase o tirou de sua família. Martins dirigia um ônibus quando colidiu na traseira de um caminhão. Apesar do choque, ele conseguiu sair do veículo apenas com ferimentos leves.
“Eu estava trabalhando para Nossa Senhora, por isso tenho certeza que foi ela que intercedeu por mim. O caminhão entrou 1 metro e meio dentro do ônibus. Era para eu ter morrido pelo impacto. Na hora eu fui salvo por um fio de cabelo, o acidente foi muito feio. Para mim foi um alívio, um acidente que me marcou para o resto da vida.”
FOTO: ARQUIVO PESSOAL/CEDIDA
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Ônibus que Marcelo dirigia quando colidiu na traseira de um caminhão em maio de 2014
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Prova de devoção
Em outro lado da cidade, uma história de devoção também trouxe a Silvano Mendes de Souza, 40 anos, um milagre. Ele e os pais moravam em Presidente Prudente, mas os avós residiam em Assis, a 127 quilômetros de distância. Apesar de uma viagem curta, o pai precisava guardar dinheiro um ano inteiro para conseguir visitar a família com os filhos.
Em uma dessas viagens, quando Silvano tinha 7 anos, enquanto assistia TV com os primos, um tio muito alcoolizado se envolveu em uma briga com um amigo, o qual queria acertá-lo com um tiro de cartucheira. No entanto, o rapaz errou o alvo e acertou Silvano a queima roupa.
O menino foi levado às pressas para um hospital em Marília. Ele ficou desacordado e foi recuperar a consciência apenas dois meses depois. Logo que acordou, Silvano olhou para a sua mãe e disse que não estava sentindo as pernas. No momento, sua mãe, também chamada de Maria, suplicou: “Valei-me minha Nossa Senhora, assim como você sofreu vendo seu filho em uma cruz, eu sofro vendo meu filho nesta cama. Olha pra mim”, relata Silvano.
Maria chamou os médicos e comunicou sobre a falta de sensibilidade nas pernas do menino. Mais de 100 cartuchos estavam alojados nos órgãos de Silvano e, devido à localização das balas, foi necessário substituir seu o intestino por um de carneiro, e que até aquele momento seria impossível que voltasse a andar.
Depois de muitas cirurgias e rejeições, Silvano voltou para casa. O que era para ser um alívio se transformou em mais dificuldades. Devido às condições financeiras, a mãe não pôde dar o tratamento adequado ao filho, que sem movimentos, só podia ficar na cama. A mãe percorria 12 quilômetros a pé com o filho nas costas para levá-lo ao posto de saúde mais próximo e os médicos sempre repetiam que o caso era irreversível. “Era difícil para mim, 6 para 7 anos, ver as crianças indo para a escola e eu deitado, sem poder estudar”.
Mas seu milagre veio, no dia 12 de outubro, data em que as paróquias realizavam uma procissão em honra à Nossa Senhora Aparecida. Em uma dessas procissões, mais precisamente ao meio dia, Silvano, curioso com o barulho dos fogos, pediu à mãe que o levasse até a cerca que ficava próxima à rua, por onde passariam os fiéis.
Silvano observou os fiéis, sentado em um cobertor no chão, até que uma vizinha o pegou no colo para caminhar até o povo. Neste momento, a mulher sentiu que algo estava diferente e então soltou Silvano de seus braços. Naquela hora, ele deu três passos e caiu. Eufórica, a vizinha começou a gritar pelo milagre que estava vendo diante dos olhos.
A mãe, Maria, levou imediatamente o filho ao médico, o qual disse que, por conta dos 83 chumbos ainda alojados na medula do garoto, seria impossível que tivesse dado os passos. No entanto, Silvano foi internado e iniciou um tratamento com fisioterapia. Hoje, pai de duas “Marias”, ele anda e leva uma vida normal.
FOTO: NÉVELYN SILVA
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Silvano ao lado de suas duas filhas Marias: Lydia Maria, 6 anos, e Nivea Maria, 14 anos
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“Tenho ainda os 83 chumbos alojados na medula, eu tenho intestino de carneiro, ando com dificuldades sim, só que isso não me impede de trabalhar, dirigir meu carro, andar de bicicleta, fazer tudo, graças à fé da minha mãe em Nossa Senhora, e essa fé foi passada pra mim. Todos os anos, no dia 12 de outubro, dia em que recebi a minha graça, eu visito o Santuário para agradecer pela minha vida. Sou um homem muito feliz. Nunca deixem de acreditar. Que mãe vai deixar de dar aquilo que o filho pede? A minha mãe pediu e foi concedido. Tudo que for de benção pra gente, Nossa Senhora com certeza vai ouvir e fazer aquilo que é melhor pra nós. Nunca desanime. Tenha fé na mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, filha de Deus Pai e esposa do Espírito Santo. Ela que ensinou Jesus a falar e caminhar e é a mesma que está nos ensinando a amar o próximo, a amar nós mesmos e a acreditar que a fé em Nossa Senhora faz milagres, por que eu sou um milagre, eu estou aqui.”